Persépolis e Retalhos

Trabalhar em biblioteca tem suas vantagens, você acaba encontrado jóias escondidas em meio a livros velhos e empoeirados, e foi assim que encontrei duas biografias em quadrinhos, duas Graphic Novels, Persépolis e Retalhos.

Persépolis

A autora, que é a protagonista e ilustradora, Marjane Satrapi, conta a história de uma menina, filha de pais liberais, nascida no Irã e que se vê obrigada a enfrentar uma revolução e as suas consequências. Apesar de todo o terror que ela vivenciou, da perda de seu tio querido e dos amigos, a menininha nunca abandonou o seu espírito revolucionário e questionador; desde cedo, foi uma leitora assídua e faminta por grandes filósofos, mantinha o espírito livre, incentivada por seus pais. Aos 14 anos foi morar na Áustria e enfrentou muitas situações adversas por estar sozinha experimentando uma cultura totalmente diferente. Usou drogas, viveu por um período nas ruas, quase morreu de pneumonia. Voltou para o Irã, mas teve uma crise de identidade; deprimida e julgada, tentou se matar.

 O livro

Apesar de tanto sofrimento, a história é leve e sensível, nos permitindo imaginar todos os contrastes culturais que envolvem o mundo moderno, além de nos fazer perceber que o que nos diferencia são apenas os moldes em que somos colocados desde cedo. História, conflitos, emoção, uma ótima leitura para qualquer idade.

A autora e seu desenho

 O filme


Retalhos

Uma história tocante contada por Craig Thompson, que narra a sua vida da infância até o início da adolescência, em wisconsin - USA. Morava com os pais e o irmão, com quem dormia junto. Sofria bullying na escola. Era sempre humilhado pelos colegas, estava sempre sozinho, e sempre ridicularizado; O pai era severo, a escola era o inferno, o babysiter era um abusador de quem não pode defender seu irmãozinho; aliás, ele carrega dentro de si uma culpa por não ter sido para o seu irmão mais novo o que deveria, um protetor, um exemplo; descarregava suas frustrações com a vida e com as pessoas em cima do pequeno, desiludindo-o quanto ao futuro supostamente feliz e sorridente. Sua família era extremamente religiosa e os temores incutidos pela igreja em sua mente são parte de outro fator que  o levou a estar sempre em crise, com medo de "Deus" ou de seus próprios atos pecaminosos. A sua solidão sofre uma amenizada quando ele encontra Raina, o seu primeiro grande amor, que um dia lhe faz uma significativa colcha de retalhos, tornando-se símbolo desse amor. A história dos dois é contada de maneira encantadora, cheia de detalhes poéticos.

O livro

     Craig e Raina

Quadrinho

Duas ótimas sugestões de leitura, sem dúvida!


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