PROTESTO EM NOME DOS AGENTES ADMINISTRATIVOS



Diante da atual realidade em que vivem os agentes administrativos da Prefeitura Municipal de Ouro Preto, vimos expressar o nosso descontentamento com as condições que a nossa categoria está enfrentando, pretendendo demonstrar que a categoria dos agentes administrativos foi uma das que mais sofreram distorções salariais durante esses anos;

No ano de 2007, quando foi lançado o edital do concurso público da Prefeitura Municipal de Ouro Preto, o salário mínimo vigente no Brasil era de R$ 380,00 (trezentos e oitenta reais); O salário devido ao cargo do agente administrativo na época era de R$ 550,00 (quinhentos e cinqüenta reais), sendo exigido o Ensino Fundamental para a investidura no cargo. Neste mesmo edital, cargos que requeriam o Ensino Fundamental incompleto teriam direito ao salário de R$ 400,00 (quatrocentos reais).

Atualmente, o salário do agente administrativo é de R$ 699.18 (seiscentos e noventa e nove reais e dezoito centavos), não acompanhando o crescimento do salário mínimo que está em R$ 622,00 (Seiscentos e vinte e dois reais); se no ano de 2007, o agente administrativo recebia R$ 110,00 reais além do salário mínimo vigente, hoje essa diferença é de apenas de R$ 77,18, uma queda de 32 %.

O salário do agente administrativo sempre foi abaixo da tabela salarial nacional. De acordo com pesquisas, o salário de um assistente administrativo varia entre R$ 1.547,00 e R$ 1720,00, enquanto que o de auxiliar administrativo está entre R$ 816,00 e R$ 2.075,00 sendo que a diferenciação entre os cargos se baseia apenas nos níveis de escolaridade exigidos, pois as tarefas são basicamente as mesmas.

Comparando ainda com os cargos de nível federal, podemos utilizar como base o último concurso do IFMG (Instituto Federal de Minas Gerais), onde o salário de um auxiliar em administração, Nível Fundamental, era de R$ 1473.58 (um mil, quatrocentos e setenta e três reais e cinqüenta e oito centavos), muito além do salário recebido pelos agentes administrativos municipais.

A concessão de aumento salarial para algumas categorias que já foram contempladas em menos de dois anos com um aumento real de cerca de 26,2%, no caso, os profissionais de nível superior, é decepcionante e frustrante para todos aqueles que se empenham da mesma forma para que a máquina pública não pare. O que podemos dizer sobre os salários destes profissionais que possuem cargos de nível fundamental completo e outros, que durante o mesmo período tiveram um aumento real de apenas 4,04%? Política salarial não é feita com distorções, deixando de se oferecer justiça para aqueles que ganham pouco e aumentando para os que já ganham mais.

Sobre a concessão do piso salarial para os professores da rede Municipal de Ensino, entendemos que a medida foi correta e justa, porém, somos totalmente contra a discriminação de categorias na negociação de aumento salarial, principalmente quando se promove o achatamento salarial daqueles que se encontram na base da pirâmide. A concessão do aumento beneficiou aproximadamente 350 servidores, enquanto que cerca de 1300 receberam apenas 6,5% de reajuste linear acordado no data-base.

Vale ressaltar que, com a negociação do data-base, as categorias que foram contempladas com mais 3,5% de ganho real (profissionais de nível superior), também foram  beneficiados com o aumento de mais de 50% do valor do vale-alimentação.

Muitas categorias receberam recomposição salarial e benefícios, mas a nossa categoria está se distanciando cada vez mais de um salário digno e compatível com as responsabilidades que um agente administrativo recebe em cada setor em que é lotado. Realizando grande diversidade de trabalhos e de grande importância e responsabilidade, nos sentimos cada vez mais desmotivados e desvalorizados dentro da Prefeitura Municipal de Ouro Preto.

É neste clima de indignação que nós, representantes dos 244 agentes administrativos da Prefeitura Municipal de Ouro Preto, solicitamos aos responsáveis que tomem providências para que as correções salariais sejam feitas e que a nossa categoria tenha o direito de receber um salário justo de acordo com as complexidades dos trabalhos que realizamos.

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